Projeto gratuito da Feevale auxilia pessoas em situação de rua

Por Gabrielle Pacheco

O projeto Da Rua Para’Nóia iniciará suas atividades nesta sexta-feira (20), às 10h, em Novo Hamburgo. Os funcionários do Centro de Referência Especializado de Assistência Social para a População em Situação de Rua (Centro Pop), ganharão  uma capacitação na área de Enfermagem, na qual serão abordadas técnicas de manejo de banho para cadeirantes.

O Centro Pop uniu forças a Universidade Feevale como uma alternativa para auxiliar as pessoas que estão em situação de rua no município. Após um ano de estudos para identificar as necessidades de atuação no local, o projeto social Da Rua Para’Nóia inicia com o intuito de promover a saúde integral, a cidadania e os direitos humanos da população em situação de rua do município.

De acordo com os dados coletados pelo Centro Pop, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal, no ano passado, 82,9% de sua população atendida são de homens e 17,1%, mulheres. Quanto a idade, 39,4% estão entre 30 e 39 anos, 29,6% entre 18 e 29 e 31% estão com mais de 39. A região central da cidade é apontada com a maior concentração do público-alvo, tendo em vista o fácil acesso à alimentação e infraestrutura.

Após a análise das dificuldades presentes no Centro Pop, durante o ano de 2018, uma equipe de professores da Feevale pensou em atividades interdisciplinares envolvendo os cursos de Direito, Enfermagem, Pedagogia, Psicologia e das áreas de Comunicação – Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. O objetivo é criar uma interação junto à rede pública e trabalhar para que a população em situação de rua tenha seus direitos garantidos e que a invisibilidade social possa ser problematizada e transformada coletivamente.

Além disso, o projeto estenderá suas ações para os funcionários do Centro Pop, para que possam se sentir mais qualificados e preparados para os atendimentos. A partir do diagnóstico que fizemos, queríamos propor algo que fosse uma construção coletiva, que partisse tanto da equipe, quanto dos usuários. Entrevistamos 32 pessoas para percebermos quais seriam os cursos com maior necessidade de atuação”, relata a coordenadora do projeto, Carmem Regina Giongo. Ela também ministra as atividades do curso de Psicologia, que realiza oficinas de atenção psicossocial e contribui para a promoção dos direitos humanos dessa população.

Já o curso de Pedagogia atua com o intuito de despertar o interesse pela leitura e pela educação, além de incentivar a conclusão dos estudos. Os representantes do curso de Enfermagem realizam atendimentos individuas e coletivos para promover a saúde. Já o curso de Direito tem como foco a assessoria jurídica e pretende conduzir o indivíduo para serviços básicos que, muitas vezes, não são do conhecimento dos beneficiados.

Buscamos dar outra visibilidade para as pessoas em situação de rua, já que muitas vezes eles não são vistos como sociedade. Os próprios veículos de comunicação retratam essa população como pessoas que não fazem parte daquilo que a sociedade aceita. Tentamos mostrar que são sujeitos buscando seus espaços também”, explica Caroline Colpo, professora da Feevale e responsável pelas atividades das oficinas da área de Comunicação. “Espero, além do conhecimento científico que vemos nas aulas, ter uma experiência para levar para o resto da vida. Acredito que participar do projeto é uma bagagem, tanto para a área profissional, quanto para a pessoal. Fazer parte disso é enriquecedor e traz um novo olhar, tanto do social, quanto de poder ver cada sujeito, pois cada pessoa é única”, expõe Suane Pinheiro, bolsista do projeto e estudante do curso de Psicologia.

As atividades contam com 9 voluntários e 3 bolsistas, todos acadêmicos da Universidade.De acordo com Maike Luiz de Mello, assistente social do Centro Pop, as pessoas em situação de rua precisavam de mais oportunidades. “Entramos em contato com a Feevale a fim de construir chances de trabalho, esclarecer questões de escolaridade e de preconceito. Durante todo o ano de 2017 nós, do Centro Pop, junto com os professores da Universidade, ficamos trabalhando nisso e enxergamos um resultado grande em 2018. Vemos que o projeto já começou a criar forma”, disse ele.

Foto ilustrativa: Reprodução | Fonte: Assessoria
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