A Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) realizou uma missão na China entre os dias 3 e 12 de setembro. A iniciativa foi promovida pelo Brazilian Materials, programa realizado pela entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Durante a viagem, a comitiva colheu insights durante visita a uma das maiores feiras internacionais de couros e componentes, a All China Leather Exhibition (Acle), que aconteceu em Xangai de 3 a 5 de setembro.
A ACLE é um evento anual para marcas do setor calçadista e compradores de materiais para calçados, que oferece produtos como couro, cabedais, solas, malhas, flyknit, suprimentos, químicos e máquinas para couro e calçados. Nesta edição, o evento contou com mais de 1,2 mil expositores de 28 países, entre eles seis participantes brasileiros apoiados pelo programa Brazilian Materials: Tanac, Noko, Química Carioca, Seta, SystemHaus e Corium. “Na feira, percebemos grandes avanços dos fornecedores de insumos e calçadistas locais, especialmente no que diz respeito à oferta de insumos sustentáveis”, conta gestor de Mercado Internacional da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Luiz Ribas Júnior.
Avanços
Ribas Júnior afirma que o país asiático chamou a atenção da comitiva pelos avanços tecnológicos, pela inovação em produtos com design diferenciado e pelo foco em qualidade e conforto. “Aquela China dos anos 90 não existe mais. Claro que existem exceções, mas o que vimos foi uma indústria atenta às mudanças no comportamento do mercado, com estratégia planejada e que aprendeu a contar seu storytelling para o mundo com uma estrutura qualificada para exportar”, avalia o gestor.
Precisamos mudar o olhar sobre a China. Claro que existe concorrência desleal praticada por algumas empresas, mas não é a regra dos principais players do mercado. Hoje, a indústria local, fornecedora para marcas internacionais, produz calçados de qualidade, com design e inovação. É preciso parar de enxergar a China como um fantasma para passar a ver uma possibilidade de parceria estratégica”, comenta Ribas Júnior.
Sustentabilidade como diferencial brasileiro
Como oportunidades e diferenciais brasileiros, Ribas Júnior destaca a vantagem na prática ESG. O mercado chinês está focado em calçados esportivos e para atender a demanda de marcas internacionais. “Não se visualizou, pelo menos no geral, um trabalho para avançar neste tema. Assim, a indústria brasileira de componentes deve aproveitar esta brecha para fortalecer sua participação no mercado internacional”, explica o gestor.
Ao todo, a Missão China realizou mais de 20 visitas na ACLE ,em indústrias, centros de pesquisa e tecnologia, varejos de rua e shoppings nas cidades de Xangai, Quanzhou, Jinjiang, Guangzhon, Foshan, Shenzhen e Dongguan. Participaram da iniciativa diretores de Bertex, Chronos, Cofrag, Cofratec, Cotton Shoes, Crespi do Brasil, FCC, Killing, Martêxtil, Metalização Igrejinha, Sugar Shoes e Assintecal.