A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) tem um assento fixo junto ao Conselho do Plano Rio Grande, projeto desenvolvido pelo governo estadual para adaptar o RS às mudanças climáticas, com ações práticas programadas até 2050. A confirmação da entrada da associação foi realizada pelo presidente do Comitê Gestor e vice-governador do estado Gabriel Souza (MDB), na manhã desta quarta-feira (21), em agenda organizada pela Amvarp em Santa Cruz do Sul. A associação integra também o Comitê Pró-Clima Vale do Rio Pardo, criado pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), com o desenvolvimento de projetos regionais.
De acordo com o presidente da Amvarp, Carlos Bohn, a confirmação do vice-governador é importante para que a região entenda que está integrada nas ações coletivas do Plano Rio Grande. “Nós estávamos apreensivos, sobre a participação do Vale do Rio Pardo no Plano Rio Grande. Os 17 municípios que fazem parte da Amvarp foram atingidos de alguma forma por esta catástrofe, e isso gerou uma demanda muito grande por recursos”, pontua o presidente.
Bohn ressalta ainda que a reconstrução do Rio Grande do Sul e do Vale do Rio Pardo depende da estruturação do Plano Rio Grande por meio das ações realizadas de forma organizada e científica. “Isso nos faz entender que este é o caminho, e que é uma necessidade estarmos inseridos. Queremos hoje agradecer a presença do vice-governador por estar na região para também nos ouvir”, salienta o dirigente.
Em resposta, o vice-governador confirmou que a presença da associação é parte da organização de entidades que integram o conselho consultivo do plano. “A Amvarp é representada no Conselho do Comitê Gestor do Plano Rio Grande e pode apresentar, a qualquer momento, projetos e ideias para contemplar a região. Por estar em uma região que foi muito impactada pelos eventos de maio passado, o Vale do Rio Pardo é parte integrante deste grupo”, destaca Souza.
Conforme Gabriel Souza, o funcionamento do Plano Rio Grande divide-se em áreas especificas: resiliência, preparação e reconstrução pós-eventos climáticos extremos. “Os projetos ou necessidades, primeiro são avaliados por uma equipe técnica, formada por mais de 40 especialistas de todas as áreas necessárias. Após, são apresentadas propostas de resoluções aos membros do Conselho do Comitê Gestor”, explica o vice-governador.
O encontro de confirmação ocorreu na Sala 101 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que integra o Comitê Pró-Clima Vale do Rio Pardo e também participa como membro ativo do Plano Rio Grande, colaborando na área técnica e científica do conselho da entidade estadual. Segundo o reitor da universidade, Rafael Henn, a instituição segue à disposição da região para cooperar com as ações e projetos desenvolvidos. “Esta é uma ação na qual a ciência e a academia precisam atuar em conjunto com os demais elos desta grande mobilização”, reforça Henn.
R$ 10 bilhões para a região
Entre os dados apresentados pelo vice-governador, está o montante de R$ 10 bilhões a ser investido na reconstrução de equipamentos públicos no Vale do Rio Pardo, entre escolas, acessos, estradas e pontes. “Existe uma complexidade nesta recuperação. As obras que serão feitas precisam considerar uma nova geometria no que chamamos de resiliência climática. Pontes precisam ser projetadas com elevação e mecanismos para evitar ao máximo os efeitos de uma nova catástrofe climática”, pondera Souza.
Entre os projetos já encaminhados pelo governo estão a recuperação de pontes na ERS-471 (ponte Sinimbu), ERS-403 (ligação entre Cachoeira do Sul e Rio Pardo) e a ERS-153 (entre Herveiras e Vera Cruz). “Especialmente a ERS-471 e a ERS-153, que são pautas da Amvarp no que se refere às melhorias estão entre estes projetos. Isso mostra que o governo do estado é sensível às dificuldades da nossa região”, avalia o presidente da Amvarp, Carlos Bohn. Durante a apresentação, o vice-governador não revelou prazos para início ou conclusão das obras, garantindo apenas o aporte de recursos e os projetos necessários para realizá-las.